domingo, 12 de julho de 2015

Casais "felizes" sem desejo.



- Manel, a Ana esteve a desabafar comigo sobre o marido!
- Curioso o marido também falou comigo, quando viemos do futebol!
- Engraçado! Falta só dizeres que foi sobre sexo!
- E foi! O António lamentou-se. Apesar de adorar a mulher e dizer que é feliz com ela. Não fazem sexo, e já nem tem vontade de o fazer! ( ver “
Amado, mas não desejado “)
- Uauuu!… Foi exatamente o que a Ana me disse!  (ver “
Amada, mas não desejada”)
- Sabes, Manel, estou agora a lembrar-me de quando passámos pelo mesmo. Quando o sexo contigo, Manel, passou a ser escasso eu perguntava-me o que estava a acontecer. No início, eu ainda tinha algum desejo, mas tu davas sempre desculpas então eu também entrei nessa dinâmica. Como não conseguia resolver a situação, deixei de pensar nisso para não me aborrecer. Convenci-me que estava tudo normal. O mesmo acontecia com muitas amigas minhas.
- Andava mesmo sem desejo sexual nenhum, Maria e tu também. Como não fazíamos sexo sentia-me ansioso e inseguro.
- Eu pensava que não já não era atraente para ti. No entanto tínhamos carinho, respeito, amor e dizíamos que eramos felizes!
- Eramos grandes amigos, Maria. Felizmente detetámos esse problema antes da falta de sexo provocar o nosso afastamento, antes do diálogo ficar mais seco e de o carinho ser confundido pelo parceiro com menos desejo com pedido de sexo, uma nova fonte de frustração, culpas, raiva e discussões.
- Manel, no nosso esforço  
para criar uma vida a dois, confortável, segura, previsível com respeito e amizade para viveremos com a nossa família…
- Esquecemos que o desejo floresce com aventura, inovação, mistério, imprevisto, incerteza, risco, distância e admiração [Ver "Os paradoxos do desejo"]
- Parece-me que o problema dos nossos amigos é igual ao nosso e chama-se familiaridade e intimidade.
- Intimidade, a sensação de conhecer cada detalhe do parceiro dá segurança, conforto, faz-nos sentir em casa. Casais com relacionamentos longos e muita intimidade, valorizam muito o seu conhecimento sobre o outro,  fazem previsões sobre o que este pensa ou vai fazer, por conhece-lo tão bem. Mas o desejo gosta do imprevisível.
- Manel, como desejar o que conhecemos, prevemos e já possuímos?



2 comentários:

  1. Bom isto é engraçado e sem graça nenhuma eu já á alguns anos que estou a passar por isto no entanto tento fazer sexo só para consolar a minha esposa pois eu não sinto qualquer prazer com ela, me digam qual o segredo para que isto não aconteça, eu sou um Homem com 60 anos e tenho sexo com outras Mulheres e sinto prazer e faço s sentir com a minha não consigo de maneira nenhuma.
    Se alguém é entendido na materia me explique isto darei mais pormenores se for o caso.

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  2. António:
    Tem razão , sexo por compaixão é deprimente! Primeiro acho que deve fazer uma avaliação pessoal da sua relação. Querem continuar a relação?
    O seu amor familiar pela sua mulher é mútuo? Dialogam?
    Já existiu desejo, paixão sexual, tesão?
    Existe motivação dos dois para investirem no reacender do desejo?
    Depois de responder a estas perguntas, se avançarem na tentativa de melhorem a vossa vida sexual, lembre-se de duas coisas: está longe de ter tentado tudo com a sua mulher e dificilmente o sexo é um momento desagradável quando duas pessoas querem.
    Sendo, no seu caso, um homem com um saudável apetite sexual, a sua esposa tem um trabalho de casa no sentido de despertar o seu desejo por ela – para um pénis saudável há estímulos visuais e sonoros que qualquer mulher tem de conhecer para despertar o macho. No fundo todas as mulheres sabem que uma roupa interior sexy, preta e/ou encarnada uns saltos bem altos e uma linguagem ousada podem fazer maravilhas…
    O seu trabalho de casa é fazê-la ter vontade de se exibir para si e entregar-se sem restrições…

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