sexta-feira, 30 de janeiro de 2015

Aprender com a ida pró c*#_lho

- Maria, hoje no trabalho só me apeteceu mandar um colega, para o ca*_#ho.
- Devias ter mandado. Ele ia e até podia aprender algumas coisas com ele!
- Bem, estás a gozar comigo.
- Não estou, Manel.
- Explica-te…
- Geralmente quem recebe a ordem para uma missão destas é sempre alguém que nos provocou indignação, pela sua falta de qualidades ou irritação provocada por um comportamento inconveniente para o nosso ego. Nunca é muito agradável ser mandando para esse sítio mas uma vez lá podemos aprender com algumas qualidades do dito cujo.
Demos-lhe a palavra:

Honestidade - Não engano quando quero atingir um objetivo. Não consigo fingir, ou gosto ou não gosto.
Paixão – Atiro-me literalmente de cabeça arrebatado pelo momento, com toda a paixão e sem farsas.
Humildade - Este é o meu tamanho divirto-me como posso. É assim que eu sou, não me posso ocultar atrás de traumas ou defeitos. Sei que não existem mezinhas ou exercícios que me façam parecer maior.   
- Inicio os meus projetos com convicção, sem me preocupar com o resultado, mesmo não estando tudo a meu favor.
Partilhar - Como vencedor sei as minhas capacidades e por vezes sei que nem sempre sou suficiente, então partilho e coopero com dedos e língua.
Desprendido - Quando chega a hora recolho-me e aguardo por novo chamamento, não crio expectativas ou casos, falo pouco e quando é preciso mostro para o que venho.
Relaxado - Gosto de trabalhar relaxado. Para me mostrar necessito de paz, nada de me tentarem obrigar. Exigências, birras, pressões, chantagens agridem-me e eu prefiro recolher-me e ignorar.

- Maria sabes que o termo “caralho” veio do nome do cesto da gávea do mastro maior das caravelas?
- Errado Manel. Isso é um mito muito difundido na internet. O termo já aparecia no século X e existe em todas as línguas românicas. Mais tarde, no século XIII é mencionado nas cantigas de escárnio e maldizer. Até sei uns versos de cor:

“Maria Negra é bem desventurada.
Porque anda tantas piças a comprar
se, nas suas mãos, de tanto as usar,
elas lhe morrem, triste malfadada?
A um caralho grande que comprou,
ontem, ao serão, logo o esfolou
e tem outra piça já amormada.”
- Ou este outro:
"Para Vós Dona abadessa,
eu, o D. Fernando Esquio,
estas prendas vos envio,
porque sei que esta remessa
vós, dona, a merecereis:
quatro caralhos franceses,
sendo dois para a prioresa."

- Manel, se quiseres saber mais, pesquisa na net.


sábado, 24 de janeiro de 2015

Onde começa o sexo?


- Quando começa o sexo Manel? Pensar nisso deixou-me tantas interrogações.

Quando me olhas nos olhos, ao levantar?
Quando te acaricio? Quando é que uma caricia passa a ser sexo?
Quando os meus lábios te beijam ou depende de onde te beijam?
Quando a respiração acelera com ou sem ruído?
Ou quando os calcanhares se erguem  no ar?
Ou só quando existe penetração?
Ou só quando existe orgasmo?
E o sexo oral é um beijo, uma preliminar ou é sexo?

- E o fim do sexo, Manel?

Quando deixa de haver penetração?
Com o teu orgasmo?
Quando te levantas e vais à casa de banho?
Quando comes uma maçã?
Quando nos enrolamos abraçados semi-adormecidos?
Quando me despedir de ti amanhã de manhã?

-Maria acabaste de o dizer. Não há fronteiras. Primeiro acariciar, depois beijar, de seguida tocar no corpo inteiro, despir, depois…
Não existe caminho pré-definido. Nada de criar fronteiras porque estas, quando não são ultrapassadas, geram ansiedade e trauma levando a falhas. Se criarmos fronteiras entre olhar, conversar, tocar, beijar, apalpar e penetrar, vamos ter que ultrapassá-las uma a uma previsivelmente.
- Manel, amo fazer sexo contigo desde a ansiedade da escolha de roupa para me ir encontrar contigo, a antecipação do teu toque no meu corpo todo, com ou sem roupa, com ou sem massagem, sem beijos ou com beijos, antes, durante, depois. Gosto que penetres a minha mente e invadas o meu mundo todo. Com falas, beijos, caricias, cheiros, com tudo e todos os sentidos. Sem saber quando estou a começar e a terminar.
- Todo um universo de coisas que não são beijos nem sexo mas que também são beijos e sexo. Definir o início e o fim é limitar o sexo.


quinta-feira, 15 de janeiro de 2015

Maria e o sexo descontrolado

- Maria, preciso de desabafar.
- Diz lá Ana.
- É o sexo com o meu namorado!
- Está mau é? Fraquito?
- Não! Está ir por um caminho que me preocupa!
- Força, desabafa.
- Cada vez que fazemos sexo, é sempre muito pesado, com  palavrões, putaria, luxúria mas de alguma forma mais obscura.
- E gostas?
- Gosto e é bom. Mas lembro-me de um antigo namorado, era tudo mais natural e suave e tenho saudades, Maria.           
- E quanto tempo durou com esse namorado? E que idade tinhas?
- Namorei com ele apenas alguns meses…e, sim, era muito mais nova.
- O sexo muda com a duração das relações; ou ficas com pouco e mau, ou vais pelo seu lado negro, visceral e sensual. Lembra-te de quando eras adolescente…

Fazíamos sexo repleto de bons sentimentos. Eramos ternos, apaixonados e fazíamos amor quase assustados, deslumbrados. Era um milagre que dessa mistura de ingenuidade e romantismo saísse uma relação completa. Frequentemente fazer amor era mais ansiedade, ternura e conforto do que propriamente prazer. Raramente era satisfatória.
Porém mudamos com o tempo. Passamos e desejar prazer puro e duro. Se existe confiança, os suspiros e delicadezas vão sendo substituídos por outras sensações, as mulheres descobrem a força masculina e os homens, com auxílio descarado ou subtil da parceira, descobrem um menu de opções eróticas viscerais.
Assim deixamos de fazer sexo só com o corpo, passamos a ter sessões de sexo, com teatro, personagens e palavras, e, se antes, eram escondidos por pudor, ocupam agora o centro da cena, que pode não ser a cama. Sexo passa a ser, intensamente uma descoberta das preferências e fantasias sensuais ocultas, do outro e de nos próprios.
Sexo é mais uma das faces da personalidade, cada tem a sua. Embora qualquer idade seja boa para surpreendermos o parceiro, nem sempre é fácil pois podemos bater em barreiras de ignorância, preconceito ou resistência.
Haverá casos em que ele avança e ela reage. - “Para com isso, não gosto”. Ou ela pede umas coisas, que as moças finas não deveriam, de todo, saber que existem, quanto mais fantasiar a esse propósito e depara com um olhar de reprovação.
Experiências desastradas deste tipo são sempre frustrantes.
Com mais ou menos desencontros, com o passar do tempo o romantismo vai descarrilando em luxuria e saudáveis putarias, que não se esgotam facilmente e podem ser alimentadas por uma infinidade de recursos internos e externos, especialmente nas relações mais longas e de maior confiança.

- Olha amiga. Suspiros e ‘’amo-te’’ esgotam-se muito rápido. E falo por experiência com o Manel. Casais com muita cumplicidade e interesse mutuo, têm sexo intenso por muito tempo, mas raramente é puro e singelo…
- Achas?
- Acho Ana. Pode ser que vocês os dois não combinem no sexo. Ou tu não te entregues por falta de confiança no rapaz…
- Eu gosto e confio nele, e gosto muito de fazer sexo com ele, Maria.
- Talvez tenhas saudades de estares apaixonada. Com as hormonas da paixão tudo parece maravilhoso, mesmo os fluidos e ruídos mais viscerais. O tempo dilui essa sensação. Tens duas opções explorar o lado mais obscuro do sexo ou correr atrás de outra paixão.
- E depois Maria, quando encontrar outra paixão vou repetir tudo?
- Não sei, talvez sim, talvez não. Depende de ti!



sábado, 10 de janeiro de 2015

Objetivo, sexo sem limites.

Dois diálogos, no smartphone, a teclar no Facebook, e, em ambos, o objetivo de um homem é sexo sem limites:

- Olá Maria!
- Oi Manel!
- Olha, vou passar ai, vamos aproveitar a última noite de danças latinas no KBAR?
- Não. Hoje não estou preparada pra sair. Estou muito cansada, suada, imprestável...pode ser amanhã?
- Amanhã a banda é outra, já não são danças latinas. Suja! Achas que eu quero perfume? Eu quero-te a ti.
- Continua Manel…
- Continuo, sim, mas dentro do carro assim que desceres e entrares. Já cheguei, estou à porta...Desce.
- LOL...Ok desço já.

Nestas poucas linhas percebe-se que se trata de um casal a descobrir-se, na fase inicial da relação. Podem ou não ser amantes, mas não é importante para o caso.

- Olá Maria!
- Oi Manel!
- Hoje é quarta, vamos aproveitar a última noite de danças latinas no KBAR?
- Não. Hoje não estou preparada pra sair. Estou muito cansada, suada, imprestável….Pode ser amanhã?
- Amanhã a banda é outra, já não são danças latinas. Tudo bem, fica para a próxima. Amanhã vemos um filme. Pode ser?
- Sim. Amanhã já não vou estar tão cansada.

Manuel não queria amanhã. É hoje que se sente vivo, cheio de energia, com a sua potência ao máximo, pronta para  ser oferecida. Uma energia que não pode consumir em frente a um vídeo pornográfico. Hoje queria dançar, sentir o toque sensual do corpo de Maria ao sabor da música. Terminar a noite atravessando-a, levantando-a do chão e fazendo-a sorrir com todo o corpo sentindo o roçar dos seus cabelos desgrenhados na face.

Maria já reclamava silenciosamente por esta noite ter sido adiada várias vezes, mas o cansaço era grande. Era preciso um homem que lhe quebrasse o cansaço e desse  energia para que ela se abrisse para a noite que ela queria há muito.
O Manel nem sempre é esse homem. Respeita-a, conhece-a, sabe porque ela está cansada. Ele aceita, amanhã vão ao cinema, já pensam em casar só falta marcar a data, o sexo é garantido, não é hoje, é amanhã. Ela já é quase sua mulher, não precisa de urgências nem pressas. Ele não é seu amante.

Cabe às mulheres estimular o animal que quer fazer sexo sem limites e que existe dentro de cada homem. Fazendo-se difíceis, com inteligência para inflamar as capacidades do sedutor para que este não as vá exercitar com outras ou deixá-las desvanecer.

O desejo sexual masculino, conhecido como tesão, não é apenas vontade de penetrar e ejacular, é a vontade de romper, ultrapassar, superar barreiras, limites, conquistar e ultrapassar qualquer obstáculo: hímen, dúvidas e confusões femininas, mistérios do universo, oscilações de ações, etc…é testosterona em todo o seu potencial.

Quer conquistar um homem? Estimule o seu tesão para a vida.



sexta-feira, 2 de janeiro de 2015

As grandes expectativas nos relacionamentos



- Estou farta! Ó Manel mais uma vez não me levaste ao teatro!
- Mas tu não me disseste nada!
- Não percebeste nada, tu devias-me perceber sempre! Estou contigo porquê? Se tu não me percebes quem me vai perceber? Ainda te  preciso de dizer tudo depois destes anos todos? Não me conheces já Manel? 


Podíamos substituir o problema da ida ao teatro por outro qualquer e o diálogo iria manter-se, ou seja é a Maria com as suas altas expectativas a impor o seu egocentrismo sobre o Manel, ou, em alternativa, podíamos trocar as falas da Maria com as do Manel que iria dar ao mesmo.
O problema não são as expectativas irreais.  O problema é não sabermos lidar com elas quando surgem. Precisamos de tomar consciência dos nossos desejos mais irrealistas para pudermos lidar com eles.
Para nos ajudar o Manel e Maria, depois da discussão,  trocaram algumas impressões no sentido de tentarem compreender a irracionalidade de alguns dos seus desejos e expectativas insanas. É de notar que mudando o Manel para Maria e a Maria para Manel em nada altera o conteúdo.

- Queria que me compreendesses sem eu dizer nada Manel.
- Não sou telepata.

- Queria que  estivesses sempre ao meu  lado Maria.
- Sempre, as 24 horas? Mesmo na casa de banho?

- Quem me ama conhece-me, Manel!
- Amar não aumenta o conhecimento, podemos amar e não conhecer.

- Queria que me desses sempre atenção, Maria.
-  24 horas por dia. Não te ias aborrecer?

- Queria que tu me desses carinho constantemente.
- 24 horas a acariciar-te? Deve magoar!

- Queria que nunca discutíssemos.
- Podemos meditar no Tibete para sempre!

- Queria que ela fizesse sexo comigo de manhã, a tarde e a noite com um desejo de filme porno.
- Sem comentários.

- Queria que todos me amassem como eu sou.
- Todos a suspirar por ti, mesmo nos teus dias piores?

-Queria que as pessoas me entendessem.
- Que tal escrever um manual com muitas atualizações?

-Queria não ser rejeitado.
- É impossível resistir ao teu charme?

“Queria tudo para mim...“

Não existe psicólogo ou terapia que consiga apagar estes infernos criados apenas por nós.