terça-feira, 26 de janeiro de 2016

A paixão e o amor.



- A Ana já namora há quanto tempo com o António, Maria?
- Namoram três anos, terminaram há pouco tempo!
- Terminaram? A sério? Porque?
- A Ana disse-me só isto: “Não deu certo.”
- Extinguiu-se a paixão? É isso que queres dizer com, “Não deu certo.”?
- Significa que já não existia amor suficiente para continuar, Manel.
- Treta! Andaram e viveram 3 anos juntos, sempre agarradinhos, todo o tempo era pouco para estarem os dois juntos. Agora, subitamente, já não existe amor!
- Sei lá Manel, fazes tanta complicação!
- Maria, quando ela diz que não deu certo depois de namorarem três anos é como se falasse de dois tipos de amor diferentes, um amor familiar, necessário para reprodução, para o cuidar dos filhos e para a continuação da espécie e foi este amor que falhou…
- E qual é o outro amor Manel?
- É o amor-paixão. O amor feito para estimular a vitalidade, romper fronteiras, mais arrebatado e mais voltado para estimulação pessoal. Esse, eles tiveram.  
- Maria, na nossa cabeça os dois confundem-se. Vivemos uma relação de amor-paixão sempre com as expectativas erradas que este é incondicional, exclusivo e vai durar para a eternidade. Grande engano, o amor mais próximo da eternidade é o amor de pais para filhos e, esse é o amor familiar, mesmo quando aparentemente não atinge esse objetivo.
- Dizes tu que no caso deles acabou a paixão, o desejo e que não existia amor entre eles.  
- Isso mesmo, existia o amor-paixão. Se pensares, ao longo da história, verás que essa divisão sempre existiu. Na mulher que trai secretamente, ao homem que trai a esposa e depois volta sempre para a sua família. Homens e mulheres com família ao longo da história sempre tiveram o seu caso ocasional, em todos os tempos e em todos os lugares. O amor-paixão sempre foi reprimido para quem fosse comprometido com o amor familiar, como se os dois não pudessem coexistir.
- Manel é bom enquanto os dois amores convergem para a mesma pessoa. Nos restantes casos fica a letra do Marco Paulo….

"Eu tenho dois amores
Que em nada são iguais
Mas não tenho a certeza
De qual eu gosto mais"





quinta-feira, 21 de janeiro de 2016

Vocabulário emocional Masculino.



- O António anda tão calado Maria. Não consigo perceber o que tem!
- Os homens não conseguem dizer o que têm. São muito básicos a expressar emoções.
- São muito parvos Maria!
- Ana não é bem isso! Tens de perceber que os homens, desde pequenos não têm a permissão da sociedade para serem emotivos ou sensíveis, terem medo, ou serem considerados incapazes de fazer coisas. Se um  homem entrasse num café  ou na sua roda de amigos e começasse a chorar, a maioria das pessoas ia pensar que algo estava errado com ele. São educados para não mostrar fraquezas e emoções. Não lhes é permitido chorar, ter medo e nem mesmo “sentir”.
- Que complicação!
- Não é  nada. Isso torna tudo muito fácil! Eu tenho um pequeno dicionário das emoções masculinas. O vocabulário emocional do homem dificilmente inclui: angústia, medo, tristeza, desespero, insatisfação, desapontamento, deceção, culpa, inveja.  Tudo isto está fora do campo de auto-análise de grande parte dos homens. Então ficamos apenas com as sensações corporais como: "cansado" (está triste), um "aperto no peito" (angustiado), em “silêncio absoluto” (vergonha por incapacidade de lidar com alguma circunstância da vida), tesão (muitas vezes confundido com amor) e raiva  (uma emoção vista como máscula).





quarta-feira, 13 de janeiro de 2016

A intimidade, o desejo e o vestuário.







- Já reparaste como te vestes em casa, para a pessoa que amas e que queres que te deseje?









- Já viste como te vestes em público, para as pessoas com quem não queres fazer sexo?