- Achas que preciso?
- Precisas de umas calças e uma camisola!
Mais tarde num Centro Comercial…
- Olha aquela camisola tão bonita?
- Achas Maria? Vermelha?
- Eu é que sei o que te fica bem! Vais experimentar, por favor.
- Está bem. Não gosto muito da côr! Gosto mais da cinzento!
- Nunca ouves o que eu digo Manel, para a outra vez vais sozinho compra roupa!
Maria sente-se bem a escolher a roupa do Manel, gosta de o ver com as roupas que escolheu. Gosta de ir ao supermercado e comprar tudo para a casa à sua maneira.
Ele vai-se acomodando, sente-se mimado e lá no fundo, bem guardadas, estão as memórias dos bons momentos em que a mãe tratava de tudo.
Como se vê pelo diálogo a Maria estimula a dependência do Manel, fazendo até chantagem. A curto prazo a Maria vai sentir-se bem, dominante e tem prazer em mimá-lo. A longo prazo quais as consequências desta atitude? O que vai acontecer quando a relação avançar e o Manel já não souber escolher roupa nem comprar coisas para a casa? Um dia a Maria não vai poder fazer isso e não pode contar com o Manel porque ele vai responder, nem sei quando precisa de roupa quanto mais como comprá-la. Fazer as compras para a casa segue pelo mesmo caminho.
Mais tarde Maria num aniversário familiar humilha-o suavemente sem intenção. -
- O Manel nem escolher roupa sabe. Nem imagino como seria ir ao supermercado…
Ela, inconscientemente, já acha que ele lhe é inferior, com o instalar da monotonia na relação a sua admiração por ele vai cair e sem admiração não há desejo nem amor… Para reverter este quadro o primeiro passo é sempre o mesmo, ambos devem estar conscientes do facto. Os homens devem estimular a sua independência e autonomia pessoal de uma forma segura e as mulheres devem estimular essas escolhas ao mesmo tempo que devem deixar de lado o seu forte instinto maternal de querer sempre proteger, melhorar e transformar o parceiro.