segunda-feira, 25 de julho de 2016

Homens e mulheres agridem-se como podem!


Ela, muito direita, passadas firmes e rápidas, passa em frente à esplanada. Ele surge do nada a correr, agarra-a pelo braço com agressividade. Ela pára e volta-se, trocam palavras com rudeza.

- Maria, olha ali, aquele a casal a discutir.
- É uma agressão, Manel! Ele está a agredi-la ao impedi-la de andar. 


Ela sacode-lhe a mão do braço, volta-se e continuar a andar.

- Ele volta a agarrar-lhe o braço.
- Maria, repara, no meio da sua rudeza, ele parece suplicar...


Ela sacode-o outra vez e segue o seu caminho de cabeça levantada sem olhar para trás.

- Observa, Maria. Não obstante ser ele o agressor, ele vai atrás dela com ar suplicante, a falar como se estivesse a pedir algo.
- Querias que ele fizesse o que? Deve gostar dela!
- Não sei se gosta dela, se é possessivo, se está furioso ou apenas acha que só será feliz ao lado dela. Digo-te, ela também está a ser violenta com ele!
- Achas, Manel?
- Sim. Ele é limitado, não sabe lidar com o feminino, então parte para a violência. Ela sabe que ele precisa emocionalmente dela, ou estará apenas a testá-lo? Vai sair sempre vitoriosa! Vê como ele vai atrás dela, submisso. Vitória dela!
- Manel, realmente o melhor para ele era não ir no seu encalço.
- Nesse caso, mais tarde, quando ele se aproximar, ela vai dizer-lhe “Gostas tão pouco de mim, que nem sequer vieste atrás de mim...“
- Realmente, Manel... Visto desse modo parece agressão emocional.




segunda-feira, 18 de julho de 2016

Onde está o prazer masculino?



- Manel, quando fazermos sexo, qual é a melhor parte do sexo para ti? Aquela que te dá mais prazer?
- Hum...
- Pronto, já sei, só pensas no orgasmo como todos os homens.
- Não...
- Responde! 


- Não é bem assim. Era uma vez um adolescente, instigado por um turbilhão de hormonas, pela descoberta do seu corpo e com auxilio de alguma fantasia elementar ou pornografia. Todo o seu prazer sexual era concentrado em alcançar o orgasmo. Gozar era o seu prazer supremo. Então um belo dia a sua querida mão passa a acariciar o corpo de uma mulher e aí tem que repensar tudo. O objetivo do sexo é ter orgasmos ou ter prazer?
- E qual é a complicação?
- Maria se o objetivo do sexo é ter prazer no orgasmo posso fazer sexo comigo, uma pessoa de quem gosto muito. Sem complicações! Não preciso de companheira. Isto leva-me às seguintes perguntas:


"Qual a melhor parte do fazer sexo?
O orgasmo masculino é o fim do prazer?
Gozar é a menor das coisas no sexo ou a principal?
No sexo, o orgasmo é o menor dos prazeres?”

- Maria, ao direcionar o meu prazer para o final perco o início e o meio da sessão de sexo, toda a sofreguidão do desejar, despir e devorar que me deixa rijo. Depois do apogeu todo o meu corpo quer descanso, um fechar de olhos, um estirar no sofá ou na pior das hipóteses, um cigarro. O prazer, o gozo, acabou. O orgasmo masculino é apenas um ápice, o antes e o durante do sexo fornecem muito mais tempo de prazer.

- Manel, homens direcionados para o clímax como o prato principal do sexo, não sabem o que perdem. Tenho pena das suas parceiras…



sábado, 9 de julho de 2016

O encontro.


- Manel, cheguei!!
- Já estás em casa?


“Ninguém”

“Um bilhetinho escrito pelo Manel, acompanhado do cartão multibanco dele.”
“Querida hoje vamos jantar só os dois. Compra uma roupa nova e vai ter comigo ao Restaurante Casa do Ambrósio. Vai de táxi!”
“Comprei um vestido preto, realça-me todas as curvas sinto-me poderosa, fantástica porque bem estou todos os dias. O táxi já está a chegar. Revejo-me pela última vez no espelho e retoco o batom. Tudo perfeito, sinto que estou vestida para matar...preparada para tudo.”

“Passo a porta de entrada, enquanto espero pelo chefe de mesa olho em redor, na zona menos iluminada parece o Manel. Uau! Foi cortar o cabelo e está com a roupa que eu lhe escolhi. Fica-lhe tão bem.”
- Olá Maria! (Com um beijo na boca)
- Boa noite Manel!
- Maria tomei a liberdade de te pedir uma bebida, enquanto escolhemos os pratos!

“A minha bebida favorita”
- Gosto do vestido Maria. Levante-te e vai à casa de banho para eu ver melhor.
“Ao andar sinto o olhar cravado no meu corpo enquanto faço o meu melhor balançar de ancas! A música ambiente é especial, anda aqui a mão do Manel...Isto, hoje promete. Já estou com calor!
- Gostaste do que vistes. Pode ser tudo teu!
- Adorei, desejei...

“Beberico a minha bebida, sou observada e não resisto... Olho de frente o homem da minha vida, como se fosse a primeira vez. Sorrindo faz-me um brinde. Sinto-me especial, inquieta e desejosa… “
“Um pé descalço a subir na minha perna enquanto escolho a sobremesa. Não me manifesto, fixo-o de frente, os olhos dele prometem-me um universo de fantasia e uma noite louca. Agora são as mãos dele por baixo tolha a passearem pelas minhas ancas …”
“Apetece-me fazer loucuras perder a cabeça e o juízo…”
- Maria, vou pagar. Vamos no meu carro. Onde não interessa agora!
“Não conheço este caminho, não é o de casa. Estou cheia de calor com as mãos dele a passearem nas minhas pernas, sob o tecido do vestido, em direção…”
“Chegamos. Um Motel!”



segunda-feira, 4 de julho de 2016

Com o amigo num jantar. Ciúmes?


- Maria, viste a Ana no jantar?
- Vi o quê?
- A atitude dela com o amigo. Passou a noite toda muito próxima e inclinada na sua direção constantemente a rirem-se os dois de alguma piada privada…
- Sim o António estava passado com isso. Lembraste Manel também já aconteceu connosco!

- Sim.
- Foste um bruto…
- Maria o jogo foi começado por ti. Eu tinha de jogar! O facto é que te aproximaste demais do teu amigo, sorrisos derretidos, diálogos apenas entre os dois onde as minhas falas simplesmente foram ignoradas por ambos muitas vezes!
- Não exageres, também não foi tanto assim.
- Foi sim! Estavas a derreter-te em atenções excessivas para ele. Eu chamei-te a atenção, em privado, tu respondeste “Estás a ser ciumento, inseguro e parvo...” Se as tuas palavras me tivessem tranquilizado e eu me tivesse desculpado, teria caído na armadilha de desviar a atenção do teu comportamento. Deixaste-me entre a espada e a parede. Não era ele que me incomodava eras tu! Ou cedia e tu ficavas com a ideia que eu não me importava e abria caminho para outras atitudes tuas.
- Podias ter feito outra coisa qualquer…
- Maria, era uma situação com poucas alternativas. Não alteraste o teu comportamento seja por valorizares a minha opinião ou por respeito. Dialogar e discutir contigo não ia levar a nada, tu nunca ias admitir. Restava-me fazer-te o mesmo com outra mulher qualquer. Não fiz porque era entrar numa disputa de ciúmes, inglória e desnecessária. Ou ia-me embora.
- Abandonaste-me ali sozinha sem ter como ir para casa…
- Tinhas pedido ao teu amigo. Ela leva-te de boa vontade…
- Talvez, mas não era isso que eu queria. Tive de vir de táxi.
- Agora imagina-me, convencido com os teus argumentos. Não tomava nenhuma atitude. No entanto ia continuar desconfortável a remoer a situação, a sentir-me, parvo, inseguro, uma merda e calado. Enquanto tu despudoradamente te sentias a maior com as atenções do teu amigo por ti e a minha submissão à situação.


A longo prazo a nossa relação perdia…