- Quando começa o sexo Manel? Pensar nisso deixou-me tantas interrogações.
Quando me olhas nos olhos, ao levantar?
Quando me olhas nos olhos, ao levantar?
Quando te acaricio?
Quando é que uma caricia passa a ser sexo?
Quando os meus lábios
te beijam ou depende de onde te beijam?
Quando a respiração
acelera com ou sem ruído?
Ou quando os
calcanhares se erguem no ar?
Ou só quando existe penetração?
Ou só quando existe
orgasmo?
E o sexo oral é um
beijo, uma preliminar ou é sexo?
- E o fim do sexo, Manel?
Quando deixa de haver penetração?
Quando deixa de haver penetração?
Com o teu orgasmo?
Quando comes uma maçã?
Quando nos enrolamos
abraçados semi-adormecidos?
Quando me despedir de
ti amanhã de manhã?
-Maria acabaste de o dizer. Não
há fronteiras. Primeiro acariciar, depois beijar, de seguida tocar no corpo
inteiro, despir, depois…
Não existe caminho pré-definido.
Nada de criar fronteiras porque estas, quando não são ultrapassadas, geram
ansiedade e trauma levando a falhas. Se criarmos fronteiras entre olhar,
conversar, tocar, beijar, apalpar e penetrar, vamos ter que ultrapassá-las uma
a uma previsivelmente.
- Manel, amo fazer sexo contigo
desde a ansiedade da escolha de roupa para me ir encontrar contigo, a antecipação
do teu toque no meu corpo todo, com ou sem roupa, com ou sem massagem, sem
beijos ou com beijos, antes, durante, depois. Gosto que penetres a minha mente
e invadas o meu mundo todo. Com falas, beijos, caricias, cheiros, com tudo e
todos os sentidos. Sem saber quando estou a começar e a terminar.
- Todo um universo de coisas que
não são beijos nem sexo mas que também são beijos e sexo. Definir o início e o
fim é limitar o sexo.
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