sábado, 24 de janeiro de 2015

Onde começa o sexo?


- Quando começa o sexo Manel? Pensar nisso deixou-me tantas interrogações.

Quando me olhas nos olhos, ao levantar?
Quando te acaricio? Quando é que uma caricia passa a ser sexo?
Quando os meus lábios te beijam ou depende de onde te beijam?
Quando a respiração acelera com ou sem ruído?
Ou quando os calcanhares se erguem  no ar?
Ou só quando existe penetração?
Ou só quando existe orgasmo?
E o sexo oral é um beijo, uma preliminar ou é sexo?

- E o fim do sexo, Manel?

Quando deixa de haver penetração?
Com o teu orgasmo?
Quando te levantas e vais à casa de banho?
Quando comes uma maçã?
Quando nos enrolamos abraçados semi-adormecidos?
Quando me despedir de ti amanhã de manhã?

-Maria acabaste de o dizer. Não há fronteiras. Primeiro acariciar, depois beijar, de seguida tocar no corpo inteiro, despir, depois…
Não existe caminho pré-definido. Nada de criar fronteiras porque estas, quando não são ultrapassadas, geram ansiedade e trauma levando a falhas. Se criarmos fronteiras entre olhar, conversar, tocar, beijar, apalpar e penetrar, vamos ter que ultrapassá-las uma a uma previsivelmente.
- Manel, amo fazer sexo contigo desde a ansiedade da escolha de roupa para me ir encontrar contigo, a antecipação do teu toque no meu corpo todo, com ou sem roupa, com ou sem massagem, sem beijos ou com beijos, antes, durante, depois. Gosto que penetres a minha mente e invadas o meu mundo todo. Com falas, beijos, caricias, cheiros, com tudo e todos os sentidos. Sem saber quando estou a começar e a terminar.
- Todo um universo de coisas que não são beijos nem sexo mas que também são beijos e sexo. Definir o início e o fim é limitar o sexo.


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