segunda-feira, 1 de fevereiro de 2016

A alegoria do felácio.



Manel sente-se o maior a controlar tudo com Maria de joelhos à sua frente, empenhada e desdobrando-se delicadamente em múltiplos movimentos.
Maria sente-se a dominar, a controlar a situação com Manel em pé, firme e vigoroso à sua frente.

Como em muitos relacionamentos, ambos querem o controlo e domínio em vez de caminharem juntos. É curioso o que um dos momento mais saborosos do sexo revela da dinâmica do casal em vários momentos da sua relação.
Até o mais viril dos homens provavelmente já falhou, impotente, várias vezes na frente da sua parceira, incapaz de resolver uma situação, ou ejaculou precocemente frente a um acontecimento fora da cama, irritado e ansioso. Para a mulher o desafio está em não limitar o ato ao seu aspeto da entrega, ter presente que os suas ações, não são nada submissas, são autónomas, livres e manifestam o seu  próprio prazer e poder. [Educação sexual no feminino]

Em relação ao homem colocando um paralelo entre a vida e o broche, as caraterísticas desejáveis são estabilidade e energia, tranquilidade e potência. Embora aparentemente contraditórias estas caraterísticas geram a dinâmica necessária: quieto em apatia, não serve, demasiado cheio de vida e energia com tiques nervosos como roer as unhas ou bater com os pés…também não serve como caraterística masculina. Esta dinâmica está presente, no sexo oral ou quando a mulher se vai embora seguindo a sua vida com outro. Sem este equilíbrio o homem colapsa frente a situações difíceis, com reações precoces ou impotência. Daqui resultam os dois extremos da infelicidade masculina, a impotência (apatia) e a ejaculação precoce (reação descontrolada) no sexo e na vida.
Para a mulher, na vida e no broche, ela move-se, manifesta  o seu prazer no sexo e na vida, em cada gemido, curva ou expressão do corpo e da mente, envolvida nalguma fantasia inconfessável. Boca, língua, peitos…tocando, chupando, esfregando. As capacidades de toque femininas são quase infinitas. Na vida, enfrentar, reclamar, questionar, chorar, sorrir, brincar, imaginar e sonhar…Fora da cama nenhum homem consegue chegar perto das mil maneiras diferentes de mexer no cabelo, cruzar as pernas, expressar amor ou de dizer quanto ele é um idiota.

Um homem que não aguente um broche perfeito não tem a melhor hipótese com essa mulher na vida em geral. Não estou a falar em disputas de poder, mas na capacidade de receber tudo o que o outro tem para nos oferecer. Assim, na vida o homem que não aguenta, acaba por escolher uma mulher, menos exigente, menos livre e  com menos para oferecer por não saber lidar com tanta energia.
Uma mulher com menos expressividade, brilho, energia...escolhe um homem facilmente perturbável, menos firme, um sexo rijo e frágil no limite da ejaculação. Assim, como é fácil um homem aproveitar um broche rápido e mal feito, para a mulher também é mais fácil fazer o homem gozar, ou apaixonar-se, com menos trabalho sem se despender tanta energia e empenho em expressar-se, explorar ou cativá-lo – lei do menor esforço.
Eis o paradoxo das relações, ela deve estimulá-lo, não muito, não a ponto de ele gozar logo; ele tem de crescer e manter-se firme, mas nunca a ponto de não ceder e não ejacular.
O broche mostra a linha ténue  com que se faz o crescimento do casal  o mesmo movimento de estimulação e crescimento também interrompe e faz o outro ruir. 





1 comentário:

  1. Resumindo o " homem normal " é sempre perdedor, a vida e o sexo estão reservados aos machões, aos outros " os taditos " só lhes resta apanhar o refugo e os restos e mesmo assim ...... muitas vezes nem isso conseguem manter.

    Nassau

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