Fazer ou não fazer, por querer.
Aflitivamente a mãe previne a
filha adolescente: “cuidado com ela, filha”. A pila. Mais ou menos indiretamente
é como se dissesse: “faz como eu, nem penses que isso existe.”
Não sabemos se a mãe
faz o que aconselha. Muitas contradições envolvem essas questões. Já na
infância, no máximo, falava-se no “pipi” - porquê masculino? Na maioria das
vezes referido apenas como ‘lá’ ou ‘ai’.
“Não mexas aí”
"Onde já se viu, fazeres isso?""Caca, feio”
Se não for a mãe, é a
avó ou uma tia… A ensinar a fazer de conta que "aquilo" não existe.
A menina cresce, e a
repressão subtil vai repercutir-se no seu comportamento. Ela aprendeu a técnica
oriental do não executar, fingindo que não liga, que não é importante, como a
mãe a ensinou, para ser uma mulher honesta.
No sexo, quais são as
ações que uma mulher honesta pode fazer sem colidir com a sua repressão? Quais
os movimentos intencionais permitidos?
Conversas provocantes,
beijos de língua, caricias audazes por todo corpo, ou mesmo na pila ou no pipi,
carícias com boca e língua no peito nas costas e no sexo (uiii se a mãe sabe!),
movimentos ondulantes quando se regala com mimos bem-feitos. Masturbação frente
ao parceiro. Ondular as ancas e o corpo antes, durante e depois da penetração.
Contração voluntária dos músculos da vagina, etc.
Podemos utilizar estes
movimentes e a sua amplitude para perceber quanto uma mulher é reprimida ou
liberta de preconceitos. Mais repressão, menos movimentos voluntários. No
limite podemos ter uma mulher em estado de coma.
Gestos mecanizados e automáticos, sem pensar, não servem para este objetivo. São inimputáveis. Têm de ser movimentos conscientes, voluntários e deliberados; não sendo assim, é como se não fosse ela. É como se não estivesse lá, para o momento, para o ato e para homem.
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