- Manel, vou
acariciar os teus glúteos.
- As minhas
hormonas desencadeiam-me uma ereção, amor (quando me encosto a ti)
- Vou deslocar o
prepúcio para baixo e vou executar-te um felácio!
- Vou introduzir o
meu pénis na tua vagina, Maria.
- Manel! Faz de
conta que me vais fecundar! (com anticoncecionais não há fecundação).
Todas as conversas e
textos sobre sexo são pornográficos. Ninguém é científico numa relação amorosa.
Questão problemática: como escrever um texto sério sobre sexo sem utilizar os
termos científicos, impessoais e chatos, e sem cair no pornográfico ou
grosseiro? Os nomes e designações politicamente corretos são os aceites pela
comunidade científica, claro. Podem ser falados e escritos em aulas e
conferências prestigiadas. Não são usados no dia-a-dia, por isso é muito
difícil sentir esse vocabulário ou identificá-los com o nosso corpo, sensações
e emoções.
- Manel, vou apalpar-te esse rabo!
- Fico cheio de tesão! (quando me encosto a ti)
- Maria, destapa-me a cabecinha e faz-me um
broche!
- Vou foder-te, Maria!
- Vais-te vir todo para mim!
Então chocamos com os
palavrões e a repressão da nossa educação. Não podem ser ditos. Desde
pequeninos, somos condicionados pelos queridos papás e mamas com “Isso
não se diz”, “É uma palavra feia”, “Podes saber mas não podes dizer”. No
entanto pai, tio, primos e estranhos (e até a mãe às vezes) dizem “caralho”, “porra”,
“foda-se”, “vai-te foder”. Afinal foda é espetacular ou terrível? Dizemos
“grande foda” assim como “estou fodido” quando algo corre mal, grande
confusão para uma criança!
É a repressão do calão (e também da sexualidade) que torna tão deliciosa a sua utilização durante o sexo. A transgressão do proibido, como todos já sabemos e vivemos, intensifica o tesão.
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