sábado, 23 de maio de 2015

Educação sexual – No masculino


Fazer ou não fazer, mas contar que fez.

Na adolescência, o filho, no grupo de amigos:

“A tua mãe foi para a cama com o Joaquim."
"O quê? A minha mãe? Nem penses! Ela não faz dessas coisas.”


Ele não pode ter pila em frente da mãe, nem ela pode ter sexo. Nenhum dos dois quer pensar que o sexo do outro existe. São coisas muito feias para um filho e uma mãe terem. Em pequeno, no entanto, não era bem assim, quando a mãe, as tias ou avó lhe mudavam a fralda.

“Vamos mudar esse xixi meu pequenino."
"Tanto xixi, meu bebé...!Cutchi, cutchi! (enquanto vai tirando a fralda)
"Uau... Estás com a pilinha enorme, meu bebezinho, que lindo!"

E vai mimando e brincando com a dita pilinha, para o agrado de ambos, enquanto muda a fralda.
Mais tarde, já a andar muito bem, o filho, ainda bebé, irrompe pela sala, baixa as cuecas, já sem fralda, e afirma:

“Mãe, olha a minha pila tão grande."
"Grande pila, bebé. Olha a pila do nosso bebé, papá..."
"Pronto, já chega, filho. Não mexas na pila, é feio, caca”

Devido à facilidade e necessidade, os meninos tocam no pénis várias vezes por dia e são estimulados a senti-la como símbolo de força. Caralho, picha, pau, vara… são todos nomes bastantes fortes, que geram força.
Assim se inicia a interiorização de que o sexo é feio em simultâneo com o culto da pila. Incutir no espírito da criança que, quanto maior for o membro, melhor, isso é o desejável. Mais tarde vai ser um gosto ouvi-lo na roda de amigos! Que imaginação!
Tudo o que é feito quando criança reaparece mais tarde nas formas mais imprevistas e por vezes grotescas.




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