sexta-feira, 3 de abril de 2015

22 antibióticos



Manel e Maria a beber um café matinal, algures numa mesa de café…

“- Bom dia dona Palmira! Vai um cafezinho?
- Obrigado, mas não posso dona. Genoveva. O médico não deixa, tenho a tensão alta.
- Dona Palmira, eu também tenho passado mal. Vim agora do médico!
- Eu, fui ontem ao médico! Andava há muitas noites a dormir mal!
- Nem falo nisso já, eu, há meses que não prego olho, sempre cheia de dores. Maldito reumático!
- Isso não é nada dona Genoveva, eu tenho uma fratura nas costelas, o médico já me disse que que não se cura enquanto  não parar de tossir, mas os meus ataques de tosse nunca mais param!
- Aiii.., eu estou aqui que nem posso! Mal consigo mexer-me com dores, tenho uma fratura, de um lado ao outro, na bacia que nunca mais se cura, o médico já não sabe o que fazer!
- Dona Genoveva, eu ando a tomar 22 antibióticos!…”

- Manel ouviste aquele diálogo?
- Não pude deixar de ouvir. No crescendo de doenças, uma delas vai acabar por dizer que já está morta!
- Manel, normalmente temos inveja e queremos ser os melhores em qualidades, conquistas e capacidades e fazemos comparações do tipo:
  “O namorado dela a trata-a tão bem… que querido… e eu… nada.”
   “A casa dela com vista para o rio… e eu a viver numa apartamento de uma assoalhada a cheirar a fritos…”
   “Ela faz sempre viagens maravilhosas, e eu… daqui não saio…”
 Agora ter inveja e precisar da admiração dos outros pela quantidade e qualidade de doenças é espetacular! Serve para mostrar o quê? Eu estou aqui e tenho mais doenças logo sou mais forte?  Sofro mais que tu e vou para a céu?
- Maria, acho que estão a fazer um concurso de vitimização, a derrotada  vai ter que se compadecer e ter pena da vencedora!


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