sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Como amantes!

- Sabes com quem estive hoje Manel?
- Não. Quem foi?
- Foi com a Ana. Bebemos um café e colocamos a escrita em dia.
- Ainda está com o António?
- Sim, e parecem bem. A relação vai bem.
- Isso é bom.
- O pior é que passou o tempo todo a lamentar-se.
- Essa Ana tem sempre de arranjar alguma coisa.
- Está stressada porque não consegue ter sexo com o marido. Os filhos não lhes dão espaço nenhum.
- Hum…
- Já não podia ouvi-la, repetiu aquilo tantas vezes...
- Que seca. Davas uma desculpa e saías.
- Já nos conhecemos há tantos anos, não podia fazer isso. Sabes o que me apetecia dizer?
- Diz.
- Isso é tudo treta. Quando tinhas um amante arranjavas sempre tempo e local para fazerem sexo. Agora não arranjas porque não queres!
- Maria. O problema é que cada um está congelado no seu papel de marido, esposa, pai e mãe. A estas personagens é esperado encontrarem-se em casa numa escapadela fugaz ou à noite quando todos dormem mortos de cansaço. Eles precisam é de encarnar o papel de amantes.
- Excelente Manel. Encontrarem-se como amantes no carro, no cinema, ou em qualquer sítio onde a criatividade e a imaginação de amantes os leve sem saberem nada dos outros papéis que representam na sua vida.



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