domingo, 20 de dezembro de 2015

Nunca estás em casa marido. Estás sempre a trabalhar!



- Manel! Só chegaste agora. Nunca estás em casa!
- Cheguei cedo duas vezes esta semana. Sabes bem que tenho muito trabalho.
- Ah! Dois dias em cinco! Posso considerar-me uma mulher de sorte. O meu sonho sempre foi ter um marido só dois dias por semana!
- Estamos numa fase difícil lá no trabalho…
- Se achas que vou aquecer o jantar, podes esquecer. Não sou tua empregada.
- Nem sei porque me incomodo a vir para casa, para aguentar isto!

Facilmente imaginamos o que se segue. Vão continuar horas a fio, pela noite dentro, numa guerra inútil para decidir qual deles terá razão. Os dois têm razão. Ela seria mais compreensiva se estivesse mais próxima dele. Ele sente-se culpado por estar pouco em casa, culpa-se por isso mas fica insensível ao fato de que ela sentir a sua falta. Ela reclama porque sente a falta dele.
Aparentemente, apesar da discussão, o que os dois queriam era:

- Manel! Só chegaste agora. Nunca estás em casa. (enquanto lhe dá um beijo).
- Pois é, sinto a tua falta quando tenho de trabalhar tanto. Maria, tu mereces mais atenção, adorava não ter de trabalhar tanto.
- Queres que te aqueça o jantar?
- Não, eu aqueço e tu fazes-me companhia.

Calmos e unidos, era isso que os dois queriam em vez dos inúmeros diálogos defensivos que tinham no diálogo inicial. Neste último, a compreensão superou a atitude defensiva centrada egoistamente em cada um! Assim a serenidade permitiu aos dois uma aproximação tranquila.
Se és homem, vê o ponto de vista dela, sente os seus medos e inseguranças. Quando ficas stressado, ela acha que não queres ter contato com ela, e isso gera ansiedade e medo. Esquece a tua culpa, vergonha ou outra coisa qualquer. Abraça-a, diz-lhe que a felicidade dela e o bem-estar das crianças são os motivos para tu trabalhares tanto, aproxima-te dela. Se pensas que essa atitude revela fraqueza e tens medo que a tua mulher tire vantagem disso então é porque o teu relacionamento já está cheio ressentimentos. Vives em estado crónico de impotência na relação.




4 comentários:

  1. Verdade, mas a realidade é que ela provavelmente o irá trair à primeira ocasião, basta só alguém que lhe dê um pouco de atenção e já está o caldo entornado. È a vida que temos portanto cada um o melhor é ir para o seu cantinho, ele quer trabalho ela quer ramboia ...são prioridades e objetivos irreconciliáveis.

    Lucas

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    1. Também o homem está farto da conversa em casa e pode arranjar outra!
      É mais fácil encontrar numa pessoa de fora o que nos faz sentir bem. Desejados, seduzidos, acarinhados e talvez amados. Ficamos com ego nas alturas porque ainda temos valor para conquistar, gerar desejo e admiração noutra pessoa…
      O nosso atual parceiro é visto como acorrentado, inerte….

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  2. È bem verdade VM, mas pelo que lei e ouço falar anda meio mundo a trair o outro e se não trais não tens valor e acabas por ser traído, é como uma pescadinha de rabo na boca.
    Até mete medo ao susto e hoje em dia ninguém confia em ninguém, confiar em alguém é o mesmo que confiar nos banqueiros do BPN,BES,Banif fora os outros e os traidores ficam-se sempre a rir e o Zé povinho sério e trabalhador (traido)só lhe resta um valente par de c***** e de nada vale queixar-se porque a única coisa que terá de volta ... é o eterno coitadinho/a por parte da sociedade e "amigos".

    Bom Natal e um Ano de 2016 cheio de pilim e muita saúde.

    Lucas

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