- Então como foi a ida ao médico Manel?
- Fartei-me de esperar, foi uma seca! Li as
revistas todas.
- Coitadinho!
- Eram quase todas revistas femininas,
deprimentes.
- Deprimentes?
- Comecei a desfolhá-las porque têm sempre uma
boazona na capa, mais ou menos despida.
- Isso é mesmo típico de gajo…
- Maria, achei curioso, revistas para homens e para mulheres ambas têm mulheres perfeitas mais ou menos vestidas na capa e em poses sexy.
- Maria, achei curioso, revistas para homens e para mulheres ambas têm mulheres perfeitas mais ou menos vestidas na capa e em poses sexy.
- Manel, é o que capta o olhar de ambos os
sexos: os homens por desejá-las, as mulheres porque querem ser como elas que
atraem o olhar masculino.
-E isso justifica tudo, Maria? As mulheres
devem ser só para ser vistas numa redoma e as revistas só devem ter assuntos
medíocres, porque só a imagem satisfaz?
- Manel é pior que isso, quando vou a o cabeleireiro
leio essas revistas e lá estão milhares de receitas infalíveis para ficar bonita,
magra, atraente, inteligente, melhor na cama... Mesmo sabendo isso fico a minha
autoestima de rastos com a sensação de que sou feia, gorda, burra, pobre e
péssima de cama...
- Ainda bem que recuperas depressa, senão
ias comprar a próxima revista com novas receitas infalíveis da mesma coisa: a
nova dieta, a nova ginástica, as novas posições sexuais.
- O pior Manel é que todas essas receitas são a
pensar em função dos homens. A mulher moderna proposta por essas revistas, deve
sim, ser independente, bonita, elegante, auto-suficiente, ter uma carreira e
ser simpática para, obviamente, conseguir “caçar “um bom partido, é claro! É a
mesma “velha mulher” que vive única e exclusivamente em função de um homem -
encontrá-lo, mantê-lo, etc.
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