- Eu também querido.
- Não é isso. Eu não gosto é da forma como as
discussões contigo se desenrolam.
- Pensava que não gostavas de discutir comigo.
- Também não gosto. Quero dizer é o seguinte;
quando discuto contigo quero manter-me no problema, encontrar princípio meio e
fim, como se fosse um cordão, bem esticado, puxamos uma ponta até chegarmos ao
fim. Mas isso raramente acontece.
- E?
- Então tu falas, é como se atirasses para cima
da ponta do meu cordão, um enorme monte de lã enleada num imenso amontoado,
onde puxando qualquer fio se vai sempre repuxando tudo….
- E perdes o fio à meada...hahahah
- Não e sim. Quero dizer, é que tu vais desviar
a discussão do objetivo inicial e saltar de fio para fio como se tudo estivesse
ligado na tua cabeça e eu desligo, quando descobrir que perdi o fio inicial.
- Coitadinho, ficas baralhado. Não aguentas
umas verdades!
- Só estamos a falar, não precisas de me
menosprezar para desviar a conversa.
- Eu não estava a desviar!
- Estavas. Essa é outra técnica, acusas-me para
eu me defender, assim a conversa ou discussão é desviada noutra direção.
Voltando ao início eu percebo que, na tua cabeça, quando estás triste e tens um
problema, este enleia-se em todos outros, de tal forma que puxando um fio vêm
todos atrás. Então precisas de falar para te sentires melhor.
- Sou assim já me conheces.
- Sim, mas depois desligo e ainda é pior para
ti, para nós. Eu só quero melhorar a nossa relação.
“Em alternativa ao nosso entendimento, vou ver televisão e ficar com a ideia que ela não percebeu nada do que eu pretendia. Ainda me atacou e vem com ares superiores. Por isso depois de falar sobre a nossa relação fico sempre pior. Isto é péssimo, porque quando a Maria está triste precisa de conversar para se sentir melhor. Assim acabamos sempre dececionados e desligados um do outro”.
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